Eu sempre soube que quando estivesse grávida, meu filho seria concebido através de um parto natural humanizado! Tenho ovários policísticos e não foi fácil engravidar.
Eu estava sendo acompanhada pelo médico o qual havia realizado a indução de ovulação, e permaneci com ele até a 33° semana de gravidez.
Ele é um médico muito competente, mas algo me dizia (talvez o instinto de mãe) que ele não teria tempo hábil para me acompanhar em um verdadeiro parto natural humanizado.
Com isso eu agendei uma consulta com o dr. Luiz Carlos Pinheiro, aguardei um mês pela consulta! Mas valeu a espera!
O preparatório
Eu estava participando de um preparatório para parto natural oferecido pelo meu plano de saúde. Apesar de não ser essencialmente humanizado, este preparatório me ajudou muito a passar pelo processo do parto.
Mas, mesmo assim, aprendi técnicas de respiração e outros meios naturais que amenizam a dor, como o uso da bola de pilates. A cada semana havia um testemunho de alguém que havia parido! Minha mãe me acompanhou em todas essas reuniões!
Eu só ficava imaginando como seria o meu momento, já que meu desejo mesmo era que meu esposo participasse do nascimento do meu filho ativamente, e ele não pôde comparecer a nenhuma dessas reuniões de preparatório para parto natural.
As influências
Assisti ao filme “o renascimento do parto” durante a gravidez e antes mesmo de engravidar, não perdia um capítulo do programa “um bebê por minuto”, transmitido pela discovery h&h!
Então eu já sabia o que esperar (em tese) do parto natural humanizado, já que meu desejo era parir sem anestesia, em uma banheira, ou no máximo na posição de cócoras, como eu assistia na TV.
Lembro-me de combinar com a minha mãe que se eu pedisse anestesia, ela não devia autorizar! E ainda, mesmo com plano de saúde, fui visitar uma maternidade pública na minha cidade (Maternidade Dona Íris, referência em atendimento humanizado).
Assim, caso meu médico estivesse fora da cidade ou impossibilitado de me atender, ela seria meu plano B! Não queria jamais passar por uma cesárea sem necessidade!
O que esperar
Já com aproximadamente 36 semanas, durante uma consulta, foi constatado que eu estava com 3 cm de dilatação! E eu não sentia nada, minha barriga era considerada baixa, mas aparentemente para mim ela sempre foi assim!
E o estranho para muitos é que eu estar com dilatação significava que o bebê podia nascer a qualquer momento!
Mas não era bem assim! Nesta consulta eu implorei para meu médico fornecer um atestado médico para eu não trabalhar, já que eu estava de 37 semanas e estar com dilatação sem entrar em trabalho de parto, significava que o parto estava próximo!
Alarmes falsos
Na semana que estava de folga, meu tampão saiu! Eu simplesmente assustei, ao levantar certo dia e sentir a cama, minha roupa, calcinha, tudo com muito, mas muito sangue! Eu achava que tampão mucoso era pouco sangue!
Pois bem, lá se vai eu e o marido para a maternidade de madrugada! Isso aconteceu duas vezes, e em uma delas, uma médica plantonista cogitou realizar a cesárea alegando que eu estava com placenta prévia (oi?!).
E o médico da ultrassonografia que ficou tirando onda para “tirar” o bebê porque ele já estava “pronto” pra nascer!
Em casa tentei curtir semana de espera, montando e preparando os últimos detalhes do enxoval! Nesta semana eu faxinei a casa, tomei banho de banheira, andei muito (amo passear!) e não faltei um dia na hidroginástica!
Dizem que quando praticamos certos esforços o trabalho de parto pode adiantar. Mas isso não aconteceu!
E chegou a segunda e eu tive de retornar ao trabalho! Lembrando que fiz tudo que descrevi até aqui com 3 cm de dilatação!
Fui trabalhar na segunda, iniciando a 38° semana de gravidez! Foi um dia tranquilo, até tirar fotos com os amigos do trabalho tirei! E ainda fui pra piscina no fim do dia, na hidroginástica!
O trabalho de parto
Cheguei em casa na segunda (dia 31/03/2014) e a vida seguiu normalmente. Eu havia baixado um aplicativo que conta as contrações, fornecendo o ritmo delas.
E ainda, havia conversado bastante com meu médico sobre isso. Tinha receio de entrar em TP (trabalho de parto) e simplesmente não saber!
Pois bem, pouco tempo após me deitar, comecei a sentir umas cólicas insistentes que não cessavam! Era meia-noite, quando sai da cama, deixei meu marido dormindo, e subitamente abri o aplicativo que faz a contagem das contrações.
Algo me dizia que daquela vez, não era alarme falso! Após comprovar com o aplicativo a regularidade das contrações, liguei para meu médico! Ele disse para eu ir para maternidade! Logo acordei meu marido, peguei as malas e seguimos pra lá!
As contrações
Fui medicada e o início do trabalho de parto foi comprovado! Eu e meu marido ficamos a madrugada toda do dia 01/04/2014 na maternidade: eu andando de um lado para outro, e ele dormindo no sofá da recepção! Lembro-me que a cada contração eu ficava paralisada e respirava profundamente!
Tentava dormir entre uma contração e outra, mas obviamente não conseguia! Caminhei infinitas vezes pelos corredores da maternidade, parando e respirando a cada contração!
E foi assim até às 6h da manhã, quando meu médico chegou na maternidade. Logo liguei para minha mãe, iniciamos o processo de internação, e enfim fomos melhor acomodados!
Fui medicada e eu estava 7 cm de dilatação, ou seja, eu havia dilatado 5 cm em 6 horas aproximadamente (eu já estava com 3 cm)!
Assim que entrei no apartamento fui para o banheiro, sentei em uma bola e liguei o chuveiro quente! Muita água caiu e confesso isso aliviou bastante as contrações, já que elas avançaram tanto que eu mal podia falar!
Meu corpo simplesmente estava tomando o controle da situação! A dor era imensa, mas eu tentei lembrar minha mãe do nosso combinado, sobre a anestesia!
O médico tinha dito para chamá-lo quando eu sentisse vontade de evacuar, acreditem, a dor no período expulsivo é semelhante!
O Parto Natural Humanizado
Chamamos o médico, e ele conduziu meu marido a sentar no sofá, e segurar minhas mãos, já que eu ficaria de cócoras (sentada em um banquinho próprio) e precisava de apoio para fazer o esforço necessário! Eu segurei e fiz força segurando as mãos do meu marido.
É uma sensação indescritível! Lembro-me de querer falar durante o processo e simplesmente não conseguir, pois ao pensar em falar uma contração tomava conta de mim! E acreditem, é terrível ouvir perguntas neste momento sem ter como respondê-las!
Minha mãe fotografou todos os momentos. O período expulsivo foi bastante rápido! Logo que Estêvão nasceu, o médico o aparou em minha frente. Creio que devo ter feito uns quatro esforços até sair a cabecinha, e por último o corpinho do meu filho!
O nascimento
Assim que Estêvão nasceu, ele foi colocado em meu colo. Eu o vi chorando por um bom tempo, ainda conectado em mim pelo cordão umbilical! Sensação indescritível essa! Eu fiquei tão paralisada no momento!
Logo após isso, meu esposo cortou o cordão umbilical. Todos procedimentos rotineiros que são feitos em recém-nascidos foram feitos na minha frente (ainda questiono a humanização desses procedimentos)!
Lembro-me até hoje do cheirinho do Estêvão, um cheirinho tão gostoso, um chorinho que não sai da minha memória! E um trabalho de parto curto, que durou 7 horas, relativamente tranquilo (a maioria dura no mínimo 10 horas). Deus me abençoou, tive uma boa hora.
E posso dizer que consegui, como é bom essa sensação de empoderamento! Esta sensação é indescritível! A Jéssica Spioni fala muito sobre isso no curso para gestante online que mencionei no início deste artigo.
Este empoderamento nada mais é que um resgate, para que nós mulheres voltemos ao “posto” de autoras de nossos partos.
E poder dizer que “eu consegui ter um parto natural humanizado” não tem preço. Ainda mais quem em um parto natural, a equipe médica é mediadora, porque quem pari é a mãe!
O inesperado
Estava tudo tão perfeito, tão melhor que o planejado, até que comecei a perder sangue demais! Sim, perdi tanto sangue que tive de tomar duas bolsas de sangue na maternidade.
E ainda ir para o centro cirúrgico para realizar um procedimento afim de averiguar o que estava acontecendo!
Parece uma contradição né! Eu não fui furada nem para inserir anestesia e tive de ser para tomar sangue! Tive o parto no próprio apartamento, e de repente fui obrigada a ir ao centro cirúrgico! Ironias!
Tive início de anemia. Passamos duas noites na maternidade em decorrência deste imprevisto.
Bom, é isso! Espero que a situação inesperada que enfrentei não seja impedimento para as mamães que desejam ter um parto natural humanizado! Quero deixar claro que todas nós somos capazes de parir, a natureza é perfeita! Deus é perfeito!
Impedimentos naturais e físicos que limitem ou dificultam o parto natural podem acontecer. Todavia é importante estar bem amparada este momento, por um médico que pense como você parturiente, que esteja do seu lado!
Você teve uma experiência com parto humanizado? Conta pra mim nos comentários!
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