O fechamento das escolas
As implicações da pandemia do novo Coronavírus não ficaram limitadas às pessoas infectadas. Com a expansão do Covid-19, o mundo entrou em alerta máximo e, com isso, escolas foram fechadas.
No início, a previsão era uma antecipação das férias de julho que durariam duas semanas. Depois, o período da quarentena foi estendido e, dia 18 de março, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº 343 que autoriza a utilização de tecnologias digitais para substituição temporária das aulas presenciais.
O Déficit de atenção e a EAD
Se para crianças sem algum tipo de transtorno ou dificuldade de aprendizagem já é difícil se concentrar e estabelecer um padrão de estudo em casa, imagine para pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que é caracterizado por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento da pessoa.
Com tudo isso, fica uma pergunta no ar: “como as crianças que já tem dificuldades em se concentrar, vão conseguir acompanhar os conteúdos com aulas à distância (EAD)”?
Para te ajudar nesse novo desafio, a neuropsicóloga Bárbara Calmeto (diretora do Autonomia Instituto) vai te ensinar cinco estratégias que vão dar certo.
Estabeleça horário de estudo
Manter uma certa rotina é muito importante para que a criança se organize no tempo. Com essa rotina, é preciso estabelecer um horário específico para estudo.
Observe o horário que seu filho está mais atento, disponível e tranquilo e delimite como horário de atividades escolares, seja as enviadas pela escola ou que você mesma passe para ele.
O importante é não perder totalmente a rotina de estudo para que o prejuízo na aprendizagem não seja tão grande.
Escollha um local estratégico
acomode seu filho longe de distratores como janelas e portas, escolha um local iluminado, tranquilo e com poucos brinquedos.
Organize a rotina de maneira que no horário de estudo a casa esteja a mais silenciosa possível e que a televisão esteja desligada.
Lembre-se que uma mosca pode tirar a concentração do seu filho, então tente controlar os distratores que estão ao seu alcance.
Varie a rotina
Já sabemos que a concentração das pessoas com transtorno de Déficit de Atenção e Hipertatividade (TDAH) é menor, então procure dividir as atividades em blocos.
Passe uma instrução por vez, se possível, escreva ou desenhe para deixar mais visual. Divida o estudo por partes e essas partes podem ser divididas em horários específicos do dia, por exemplo, atividades escolares de 9h às 10h e depois de 16h às 17h.
Faça as adaptações levando em conta a rotina geral e os horários de maior concentração do seu filho. Nos intervalos, faça atividades motoras e físicas, artísticas ou livres; reveze estudo com outras atividades porque esse revezamento potencializa o aprendizado.
Torne-o mais concreto possível
Muitas crianças com transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) respondem melhor à aprendizagem “concreta” e precisam de experiências práticas para reterem melhor o conteúdo ensinado.
Abuse de recursos como gráficos, imagens, listas, cores diferentes (marca textos), vídeos educativos, atividades práticas etc. Com essas estratégias, a criança conseguirá associar o conteúdo teórico com a experiência prática vivenciada.
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Coloque movimento nos conteúdos
De maneira geral, quanto mais criativo o conteúdo escolar é passado, mais as crianças assimilam.
Como criança é movimento, uma ideia é incorporar o movimento nas atividades. Se você perceber que seu filho está desatento ou agitado, inclua uma corrida na sala contando até 10 e depois senta para finalizar.
Se possível, inclua os movimentos associando com as tarefas escolares, por exemplo, para fazer contas nas tarefas de matemática, para dramatizar uma história etc. Use a criatividade!
Dica Extra – Tenha paciência!
Essa é a estratégia de ouro: tenha paciência, não se cobre tanto, tudo vai passar!
As famílias também estão cansadas, estressadas e se reinventando, então precisam ter paciência consigo e com as crianças que estão em casa.
Se cobrem menos, porque a cobrança traz ansiedade que causa culpa e frustração. É um momento de reflexão e de reinventar! Tudo vai passar e seremos pessoas melhores e com mais flexibilidade cognitiva.
Bárbara Calmeto, Psicóloga Cognitivo-comportamental (CRP05/40086), Neuropsicóloga e Diretora do Autonomia Instituto Terapia Multidisciplinar. Site https://autonomiainstituto.com.br/, Facebook Instagram
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