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Parto Cesárea Humanizada: É possível?

Fui mãe antes de ser titia, e no último fim de semana tive a honra de ver meu sobrinho nascer através de um parto cesárea humanizada. Achei toda a assistência que minha cunhada teve bastante humanizada, com isso decidi conversar sobre este assunto, afim de desmistificar alguns mitos, vamos lá?

O que é parto humanizado?

Parto humanizado é sinônimo de deixar a natureza cumprir seu papel, realizando o mínimo de intervenções desnecessárias e deixando que a mulher assuma o papel de protagonista de todo o processo. Mais ainda, podemos dizer que é assumir uma postura respeitosa quanto aos desejos e necessidades da mãe e do bebê, levando em conta sempre sua saúde e bem-estar.

“Parto Humanizado é só via vaginal”

Parto humanizado independe de via. Você vai compreender neste artigo o que torna um parto cesárea humanizado, visto que a expressão “parto humanizado” faz referência à assistência humanizada, e não ao tipo de parto.

Não vamos nos ater à questão de que a cesárea é uma cirurgia de grande porte e que deve ser realizada apenas em determinadas indicações médicas e para salvar o bebê e/ou a mãe. Entretanto é necessário desfazer a crença de que parto humanizado é apenas parto na água, parto em casa, partos via vaginal.

Parto Humanizado é parto sem intervenção desnecessária. Parto Humanizado respeita o processo de parir, quando via vaginal. Parto Humanizado respeita o recém nascido, mantendo-o próximo de sua mãe a todo momento, favorecendo ainda a primeira amamentação em sua primeira hora de vida. Parto Humanizado permite a presença constante do acompanhante.

No Parto Humanizado, o cordão umbilical é cortado após parar de pulsar e por quem a futura mamãe desejar. Ao inserir o protagonismo com respeito (emocional inclusive) para o bebê e para a mulher, a humanização acontece.

Você sabia que em um parto cesárea humanizada o ar condicionado não fica ligado? Isso na verdade, em qualquer via de parto. E pense só o detalhe da humanização. É ideal o bebê sair do útero, um lugar quentinho e chegar nesse mundo com frio do ar condicionado? Não, né?

Quais as vantagens e desvantagens do Parto humanizado?

São inúmeras vantagens, para os bebês e para a mulher. Vamos conhecê-las?

Vantagens para o bebê

Se você já conhece o conceito da exterogestação, vai entender que quanto menos estresse e uso de medicamentos envolvidos no processo, menor os riscos de complicações durante o parto.

O bebê precisa nascer em um ambiente harmônico, respeitoso. Em partos normais além de desligar o ar condicionado, costuma-se desligar as luzes também, já que o útero não é claro como aqui fora. A ideia é que a passagem do bebê para o mundo real não seja tão abrupta!

Vantagens para a mulher

É indescritível o conforto e apoio emocional na assistência humanizada. Imagine você, no melhor momento da sua vida (conhecer seu tão sonhado bebê), com pessoas estranhas (os médicos e enfermeiras). Não é nada agradável não é mesmo?

Ainda bem que a presença do acompanhante é lei, independente da via de parto. E mais, conforme algumas maternidades (em sua maioria particulares), é possível a presença de doulas, fotógrafos e até que familiares assistam o bebê nascer.

Isso para qualquer via de parto, mas aconteceu com meu sobrinho, eu vi ele nascer, vi a emoção do meu irmão, minha cunhada estava ainda com a doula que ela escolheu e ainda dois fotógrafos registrando o melhor momento de nossas vidas! Todo este apoio à mulher gera uma percepção positiva sobre o parto. Proporcionar a experiência do parto humanizado a uma mulher é devolver a ela o protagonismo da maternidade, que acaba que se inicia no parto, com o nascimento do bebê!

É também quebrar paradigmas, acreditar na fisiologia da gestação.

Parto Cesárea Humanizada, é possível?

Claro que é! Se você chegou até aqui, certamente já compreendeu que o atendimento respeitoso e humanizado cabe em qualquer tipo de parto. Mas, vou pontuar aqui o que acontece no parto cesariano que o torna humanizado.

A presença de uma doula

Não uma obrigatoriedade, mas preciso salientar que a presença desta profissional com certeza deixará a gestante mais confiante, tranquila, calma.

Isso porque o papel da doula não começa durante o parto. A preparação do parto começa antes. E é nesse momento que a doula vai preparar a gestante física e emocionalmente para o parto. E sim, para o parto cesáreo também!

Podemos dizer que a presença da doula é uma certa garantia de que os procedimentos humanizados serão cumpridos, especialmente aqueles referente ao bebê.

Amamentação na 1° hora de vida do bebê

O leite, e inicialmente o colostro, só será produzido se estimulado. E isso acontece através da sucção do bebê, com hormônio ocitocina .

Este hormônio também contribui com a contração uterina, contribuindo para que a mãe perca menos sangue após o parto.

Se o bebê sugar o seio antes de a placenta sair, a ocitocina liberada pela amamentação pode acelerar o processo de expulsão da mesma (em um parto via vaginal).

Isso sem falar na importância para o vinculo afetivo entre mãe e bebê, ajudando também na “descida do leite”.

Corte do cordão umbilical após pulsação do mesmo

Este procedimento garante que o sangue que circulava na placenta retorne para o bebê, trazendo muitos benefícios, como aumento dos níveis de hemoglobina e ferritina, protegendo o bebê contra anemia na primeira infância.

Respeito com o recém nascido

Este respeito acontece de forma natural se imaginar toda situação de nascimento com empatia, se colocando até mesmo no lugar do bebê: antes de nascer vivia em um ambiente apertado, porém quentinho onde era alimentado de acordo com a própria demanda.

Foi partindo desta empatia que algumas decisões de humanização (e exterogestação também) foram idealizadas. Pensando no recém nascido mas jamais esquecendo de como era o ambiente uterino em que ele viveu, lembrando ainda das memórias que o bebê gerou em todo esse processo!

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Há ainda procedimentos que foram realizados imediatamente após o nascimento do bebê que são considerados extremamente invasivos. Estes procedimentos eram realizados em todos os bebês, sem questionar a real necessidade.

Estou me referindo à aspiração, aplicação de nitrato de prata nos olhos e o banho, que sempre foi no dia do nascimento.

A aspiração, conforme alguns profissionais é extremamente invasiva para o recém nascido. Nitrato de prata é aplicado apenas caso a mãe apresente resultado positivo para a bactéria Gonococo, afim de se prevenir a conjuntivite em caso de parto via vaginal.

Entretanto, a aplicação desse colírio aconteceu por anos a fio de modo automáticos inclusive em bebês cujo parto era cesariano.

Quanto ao banho, é imprescindível que seja realizado após o bebê ter 24 h de nascido. Isso porque o vérnix (substância gordurosa que cobre o bebê) protege o bebê contra ações bacterianas.

E este sai sozinho, a pele o absorve. Então pra que pressa de retirá-lo no momento que o bebê nasce? Lembrando que quanto mais madura a gestação, menor a quantidade de vérnix do bebê.

Agora quero ouvir a sua experiência leitora, você teve um parto cesárea humanizada?

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Previna-se contra a depressão pós-parto: Entenda o que é e como agir!

Os medos que acompanham o pós-parto

O  pós parto não é considerado pela nossa cultura como deveria. O conceito que conhecemos vem da época colonial, uma ideia de quarentena, de resguardo. Uma construção patriarcal que permitia que as mulheres não fossem procuradas pelos maridos.

Entretanto, os medos que acompanham o pós parto ultrapassam a questão biológica do desequilíbrio hormonal.

A adaptação necessária não se resume à chegada do bebê tão esperado e anunciado. Ao contrário, a identidade da mulher que agora se tornou mãe agora está em construção. 

E agora este processo mexerá de forma drástica com sua história, como a forma que ela enxerga a vida como projeção do futuro e ainda como passado, como filha. Afim de prevenir quaisquer temores que possam surgir neste momento, muitas mulheres optam por fazer um curso para gestante. Informação é sempre a chave de tudo!

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Nasceu!

Quando fazemos menção ao nível de modificações que a vida de uma recém-mãe enfrenta, muitas pessoas que estão fora do círculo de amizade desta mulher que se tornou mãe não consegue reconhecer a profundidade deste nível.

O psicólogo Alexandre Coimbra, diz no Portal Lunetas que quando a mulher tem um bebê, ela descobre que fez um compromisso com a eternidade. E nesta afirmação há muitas entrelinhas que poucos conseguem desvendar.

A começar o processo de luto ao despedir-se da mulher que era livre e sem filhos e agora tem um pequeno ser que depende quase que exclusivamente dela.

O luto 

Este processo de “luto” é enfrentado com naturalidade talvez pela maioria, mas a realidade não é bem assim. O luto é quando a “ficha cai” que eu não vou dormir como antes. Não vou sair a noite sempre que tiver vontade, ou ainda minha vida terá certos limites que antes de ser mãe não tinha.

E a partir daí sinto saudade da vida de antes. E os medos que acompanham o pós parto começam a aparecer. Medo de não conseguir dormir mais, de não namorar em paz e etc.

Mundo-bebê

No período do pós parto ou puerpério, as recém-mamães só conseguem pensar no bebê que acabou de nascer, mas ao mesmo tempo elas tem a sensação de enlouquecer, de perder a identificação, de não conseguir suprir as próprias expectativas (vou conseguir ser mãe e profissional por exemplo), de terem perdido a capacidade intelectual, de não conseguir tomar certas decisões que antes da gravidez eram rotineiras e enfim, tudo fica incômodo, tudo é motivo para choro. E tudo se resume ao mundo-bebê, pois elas estão fora do mundo.

O amor não é instantâneo

O vínculo afetivo entre mãe e filho não é automático, mas é como se precisasse ser, já que ao nascer a recém-mamãe já o coloca em prioridade máxima em sua vida, apesar do medo extremo que isso significa.

É necessário que a mulher se “autorize” a amar o filho, já que o amor se constrói dia após dia. A amamentação contribui bastante nesta construção. Aliás ela tem um papel fundamental para minimizar a separação que ocorreu no parto (entre mãe e filho).

Depressão pós-parto

Há teóricos que alegam que a amamentação é uma proteção contra depressão. Dentre os medos que acompanham o pós parto, talvez a depressão seja o mais temido. É importante não confundir a depressão com puerpério.

É natural sentir raiva da demanda do bebê, de levantar infinitas vezes a noite. Mas se isso durar muito tempo e a mãe não conseguir reconectar de modo amoroso ao bebê e isso se tornar um padrão, a ponto da mãe não querer estar com bebê, não querer nutri-lo e ainda se sentir incapaz de cuidar do filho, algo precisa ser feito, procure ajuda. 

É comum a mulher se sentir exausta após o parto. Pode estar relacionada à adaptação com a nova rotina ou privação de sono.

Existe associações entre fadiga extrema e depressão pós-parto, mas é difícil distinguir. Cuide da privação do sono inicialmente, já que esta pode contribuir para que você se sinta deprimida, e aí sim dificultando o seu sono.

Dicas para tornar este momento o mais tranquilo possível:

  • Planeje tudo o que puder antes do bebê nascer e aceite ajuda externa na administração da casa;
  • Durma enquanto o bebê estiver dormindo;
  • Beba muita água, amamentação provoca sede;

Preparando para o pós-parto

É durante a gravidez que nos preparamos para a vida de mãe que enfrentaremos pela frente. E é aí que devemos incluir a preparação para a própria gravidez, o parto e o pós parto em si. Aliás, infelizmente esta última fase que citei tem sido negligenciada.

Leia bastante sobre estes assuntos antes de estar na vivência deles. Faça um curso para gestante online, se optar por praticidade, mas não negligencie você mesma e seu bebê! Passe por este momento da melhor forma possível, pois isso só depende de você!

Compartilhe esta informação (que é muito valiosa!) com a futura mamãe que você conhece! 😘

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GRANDE PARTE DAS MULHERES SOFRERAM VIOLÊNCIA NO PARTO! VEJA SE VOCÊ FOI UMA DELAS!

Você sabe o que o termo “violência obstétrica” ou violência no parto significa? Buscando meios e me informando bastante para conseguir ter um parto natural e humanizado, me deparei com este termo.

E a partir dele, vários outros surgiram. Logo notei que a violência no parto é real e existem muitas interpretações para ela.

A violência pode ser física, verbal ou psicológica. Acontecem durante o pré-natal ou durante o parto. Não necessariamente virá do médico obstetra.

Mas uma recusa no atendimento, xingamentos e procedimentos desnecessários por parte da equipe médica também são considerados como atos violentos. 

Violência no parto normal

Em partos normais (não humanizados) em que a parturiente fica na posição de barriga para cima, é de praxe ocorrer muitos atos ilícitos e considerados como violência no parto pela ONG.

SAIBA NA ÍNTEGRA COMO UM PARTO

NORMAL HUMANIZADO ATUA CONTRA A VIOLÊNCIA NO PARTO!

São eles: realizar episiotomia sem necessidade! A parturiente muitas vezes só descobre se esse procedimento foi feito após realiza-lo!

Subir em cima do abdômen. Pasme, mas antigamente isso era comum, afim de “facilitar” a saída do bebê. E há também os xingamentos gratuitos e ainda a presença de um acompanhante que é negada.

Antigamente, trinta anos atrás no mínimo a quantidade de cesariana eletiva era menor, mas os partos que até então eram considerados “normais” eram recheados de atos violentos.

E a parturiente não sabia que tais atitudes da provenientes da equipe médica eram consideradas violência obstétrica.

Violência no parto cesáreo

Nos dias de hoje, muitas mulheres estão se informando como o parto normal deve ser, para enquadrar-se como humanizado e respeitoso.

E assim, dia após dia a realidade descrita acima está se modificando. Todavia, a violência no parto também está presente em situações de partos cesáreos. Mas precisamente quando ela é eletiva.

Ainda existem muitas mulheres que desejam um parto respeitoso e normal. Mas acabam sendo “convencidas” pelos seus médicos obstetras a realizarem a cesárea eletiva. E são “convencidas” por motivos fúteis como, tamanho do bebê ou circular de cordão. 

Não que isso inviabilize um parto normal em sua totalidade, mas atualmente, tudo deve ser questionado, verificado. O “simples” fato de dar informação errada ou equivocada com o intuito de enganar a paciente, pode ser considerado um ato de violência.

Quais os seus direitos no momento do parto?

Se você ainda não sabe os seus direitos, você precisa conhecê-los já! Isso como forma de prevenção à violência no parto, já que ela pode acontecer sem que você saiba exatamente o que seja.

São direitos da parturiente no momento do parto:

  • Ter um acompanhante, assegurado pela Lei n. 11.108, de 2005, e pela Portaria n. 2.418, de 2 de dezembro de 2005.
  • Usar a roupa que achar confortável quando o parto não é em centro cirúrgico (no caso uma cirurgia cesariana)
  • Alimentar-se quando tiver vontade (argumentar a real necessidade do jejum)
  • Optar ou não pela anestesia
  • Optar ou não pela episiotomia (de modo que na maioria das vezes ela não é realmente necessária)

Como Prevenir

Todo comportamento humano que for diferente do ideal, for violento, não respeitoso, pode ser considerado violência obstétrica.

Na verdade, o termo “parto humanizado” ou ainda “atendimento humanizado”, veio apenas para enfatizar o que deveria ser natural. Afinal devemos tratar todos bem, cordialmente, de forma humanizada.

As vontades e necessidades das parturientes quando atendidas são um sinal de que o atendimento está sendo humanizado, respeitoso, e não violento. E afim de prevenir a violência no parto, muitas mulheres realizam o plano de parto.

O plano de parto serve para definir com antecedência junto com o médico obstetra as preferências da parturiente. Nele são documentadas informações como se a parturiente quer ou não anestesia.

Ainda se prefere caminhar durante o período de dilatação e ainda pode permitir a parturiente escolher no momento do parto a melhor posição para parir (caso seja natural). 

Antes de qualquer decisão concreta é necessário ter flexibilidade para todos questionamentos possíveis, até que a parturiente se sinta confiante e tranquila.

Eu mudei de parto com 33° semanas de gestação justamente por que desejei um parto natural, e precisava ter a segurança e confiança da minha equipe médica (você e seu médico tem de se concordarem).

Minha experiência

Não sofri violência no parto do meu filho, e preferia passar por cesariana a viver determinados fatos que aqui relatei.

Nos dias atuais para você conseguir ter um bebê através de um parto natural e totalmente humanizado, com zero de violência, é preciso muita determinação e buscas.

Já que a maioria do corpo médico optam e tentam convencer as pacientes a optarem também.

Informação é a chave para muitas conquistas! Em um curso para gestante você vai aprender a lidar não só com a violência obstétrica, mas com tudo que vem na contramão de quem não se informa! 

Estêvão poucos minutos (ou segundos) de nascido!

Se você deseja mesmo um parto respeitoso, busque por um médico obstetra que pense como você, de modo que nem você precise convencê-lo do que deseja e nem o contrário!

Ao pular esta etapa, pode ter certeza que a sintonia entre médico – paciente será certa!

Você teve uma experiência assim? Conte-nos! Vamos conversar!

 

 

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Saiba o que é PLANO DE PARTO e porque você vai precisar de um!

Se você busca por informações acerca de parto humanizado e assuntos relacionados, certamente você já deve ter ouvido falar neste termo plano de parto!

Eu confesso que embora tenha sido grande entusiasta do parto humanizado, não fiz o meu plano. Mas isso foi há 6 anos atrás.

E no artigo de hoje vamos conversar sobre exatamente o que é e para que serve este tão famoso documento de planejamento plano de parto.

O que é PLANO DE PARTO?

Plano de parto é uma forma de comunicação entre o casal e os profissionais de saúde, incluindo obstetrizes e médicos, que irão assistir a gestante durante o trabalho de parto e parto. Este é o conceito atribuído pela ANS.

Inclusive, a própria ANS dispõe de um documento interessante para você que em breve passará por um parto! Clique e confira!

Por onde começo a fazer o meu plano?

Este documento pode ser escrito em forma de carta ou lista, transmitindo o que você gostaria e não gostaria que acontecesse no processo de parto.

No site Despertar do Parto há um modelo para você fazer o seu! Basta preencher com seu email.

Exemplo de PLANO DE PARTO

Vou compartilhar com você o que seria o meu plano de parto. Vamos lá?

Estamos cientes (eu e meu esposo) de que o parto pode tomar diferentes rumos. Abaixo listamos nossas preferências em relação ao parto e nascimento do nosso filho, caso tudo ocorra bem.

E Sempre que os planos não puderem ser como planejado, gostaríamos de ser previamente avisados e consultados a respeito de outras alternativas.

Trabalho de parto:

  • –  presença de meu marido e minha mãe (vai atuar como minha doula).
  • – sem tricotomia (raspagem dos pelos pubianos) e enema (lavagem intestinal).
  • – sem perfusão contínua de soro e ou ocitocina 
  • – liberdade para beber água e sucos enquanto seja tolerado. 
  • – liberdade para caminhar e escolher a posição que quero ficar. 
  • – liberdade para o uso ilimitado da banheira e/ou chuveiro. 
  • – monitoramento fetal: apenas se for essencial, e não contínuo. 
  • – analgesia: peço que não seja oferecido anestésicos ou analgésicos. Exceto quando e solicitar caso achar necessário.
  • – sem rompimento artificial de bolsa

Parto:

  •  – Eu quero decidir a melhor posição para meu filho nascer, não obstante, optarei por ficar de cócoras.
  •  – Quero fazer força quando sentir vontade, ao invés de ser guiada. Gostaria de um ambiente especialmente calmo nesta hora.
  • – não vou tolerar que minha barriga seja empurrada para baixo.
  • – Sem episiotomia. Prefiro laceração à esse corte.
  • – gostaria que as luzes fossem apagadas (penumbra) na hora do nascimento. Gostaria que meu bebe nascesse em ambiente calmo e silencioso.
  • – gostaria de ter meu bebe colocado imediatamente no meu colo após o parto .
  • – gostaria que o pai cortasse o cordão após o mesmo ter parado de pulsar.

Após o parto:

  • – aguardar a expulsão espontânea da placenta, sem manobras, tração ou massagens. Se possível ter auxílio da amamentação.
  • – ter o bebê comigo o tempo todo enquanto eu estiver na sala de parto, mesmo para exames e avaliação.
  • – liberação para o apartamento o quanto antes com o bebê junto comigo. Quero estar ao seu lado nas primeiras horas de vida.
  • – alta hospitalar o quanto antes.

Cuidados com o bebê:

  • – administração de nitrato de prata ou antibióticos oftálmicos apenas se  necessário e somente após o contato comigo nas primeiras horas de vida.
  • – administração de vitamina K oral (nos comprometemos em dar continuidade nas doses).
  • – em hipótese alguma, oferecer água glicosada, bicos ou qualquer outra coisa ao bebê.
  • – alojamento conjunto o tempo todo. Pedirei para levar o bebê caso esteja muito cansada ou necessite de ajuda.
  • – gostaria de dar o banho no meu bebê e fazer as trocas (ou eu ou meu marido).
plano

Caso a cesárea seja necessária:

  • – exijo o início do trabalho de parto antes de se resolver pela cesárea.
  • – quero a presença da minha mãe e de marido na sala de parto.
  • – anestesia: peridural, sem sedação em momento algum.
  • – na hora do nascimento gostaria que o campo fosse abaixado para que eu possa vê-lo nascer.
  • – gostaria que as luzes e ruídos fossem reduzidas e o ar condicionado desligado.
  • – após o nascimento, gostaria que colocassem o bebê sobre meu peito e que minhas mãos estejam livres para segura-lo.
  • – gostaria de permanecer com o bebe no contato pele a pele enquanto estiver na sala de cirurgia sendo costurada.
  • – também gostaria de amamentar o bebê e ter alojamento conjunto o quanto antes.      

Agradeço muito a equipe envolvida e a ajuda para tornar esse momento especial e tão importante para nós em um momento também feliz e tranquilo como deve ser.

Muito obrigada,

Eu me baseei no plano que está no site no DESPERTAR DO PARTO para fazer este acima, que seria o meu, na época que meu filho nasceu. Para fazer o seu clique aqui!

Conta pra mim agora, você já sabe quais informações colocar no seu plano de parto? Um abraço!


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PARTO DELAS: conscientização e incentivo ao parto humanizado

A Lei e a edição do livro

Cada vez mais presente nas escolhas das futuras mães, o parto humanizado ainda é um assunto polemizado e que precisa ser entendido como ressignificação do nascimento e os benefícios que pode trazer.

“A melhor assistência ao parto precisa estar ao alcance de todas as mulheres para que possam viver de forma segura e plena toda a grandiosidade que o parto normal representa.” – Valéria Peres.

A humanização do parto é vista como um processo que leva em consideração procedimentos médicos que tornem o parto algo cada vez mais humano.

O parto humanizado

O parto sempre fora visto como algo instintivo e natural, posteriormente passando à mecanização que o enquadrou num determinado formato, o que, logo, o distanciou do humano.

TOP 20 LEITURAS QUE TODA GESTANTE PRECISA LER!

“Para mudarmos a assistência ao parto no Brasil, primeiro precisamos entender de quem é o parto” – Dr. Bráulio Zorzella.

Pensando nisso, os profissionais Ângela Mattos (jornalista, enfermeira e doula¹), Bráulio Zorzella (ginecologista e obstetra), Hugo Walter (analista legislativo), Valéria Costa Peres (mestre em enfermagem e obstetra) e Ricardo de Oliveira Carneiro (vereador em Goiás), criaram um projeto intitulado “PARTODELAS²”, que objetiva levar informação e conhecimento sobre os benefícios dos partos humanizados, trabalhando a humanização do parto e nascimento, e o cuidado na primeira infância.

“O PARTODELAS é um projeto que sonha com um atendimento respeitoso, acolhedor, ancorado em evidências científicas, que mostram que o parto é um evento fisiológico.

EU TIVE UM PARTO HUMANIZADO!

PARTO NORMAL HUMANIZADO NA REDE PÚBLICA OU PARTICULAR?

A mulher deve ser a protagonista e ter participação plena em toda e qualquer escolha que envolva e seu próprio corpo”. – Ângela Mattos.

O PARTODELAS

Está em fase de produção um livro biográfico, que será escrito por Fábio Fabrício Fabretti, autor, professor, pesquisador e biógrafo, e que visa se tornar uma importante ferramenta de divulgação e orientação a respeito do tema e do trabalho desenvolvido, voltado para àqueles que desejam compreender o universo da maternidade, não somente em sua complexidade como também na humanização da maternidade.

“O PARTODELAS é um direito fundamental a ser respeitado”. – Hugo Walter (analista legislativo)

“Está nascendo em Goiás o maior programa de políticas públicas sobre a humanização do parto, nascimento e cuidados na primeira infância. Esse programa vai orientar todas as grávidas dos municípios, com encontros semanais, pré-natal, acompanhamento psicológico, nutrição, oficinas de artes, planejamento familiar, etc. Nosso programa começa na base da sociedade. ”  – Ricardo Oliveira.

¹Doula = vem do grego e significa “mulher que serve”, sendo hoje utilizada para referir-se à mulher sem experiência técnica na área da saúde, que orienta e assiste a nova mãe no parto e nos cuidados com bebê.

²PARTODELAS = Projeto de Apoio Referencial e de Transformação Obstétrica Destinado a Ensino, Legislação, Assistência e Social

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Parto normal humanizado em maternidade pública ou particular?

Rede pública x Rede particular

Você decidiu pelo parto normal humanizado e está confusa na escolha da maternidade que o bebê irá nascer? Fique ligado, este artigo vai te ajudar muito!

É algo quase que cultural. Se você pagar plano de saúde, muito provavelmente você não vai buscar por um atendimento na rede pública.

Mas se você escolheu ter o seu bebê através de parto normal humanizado…a situação muda totalmente!

Sim, é o que você está pensando mesmo! A rede pública está mais preparada para o atendimento de partos normais humanizados.

CONFIRA 10 BENEFÍCIOS DA GRAVIDEZ AOS 40

E AINDA: 11 REGRAS PARA VISITAR O RECÉM-NASCIDO!

A melhor escolha

Conforme informações do site do ministério da saúde muitas mulheres recorrem á rede pública justamente para não ficar refém da grande quantidade de cesarianas eletivas da rede particular.

Entretanto essa realidade tem mudado. Muitas maternidades privadas estão de fato oferecendo atendimento humanizado adequado.

A questão é que quando isso acontece, plano de saúde nenhum paga. E o valor por todo o atendimento é quase que similar a uma diária em um hotel 5 estrelas ou até mesmo um fim de semana em um resort!

Qual você escolheria?

Ana Barretto é formada em recursos humanos e lettering. Mikael Santiago diretor audio visual, roteirista e fotógrafo, com muitas trabalhos conceituados na Globo Sat, inclusive.

O vlog deste casal (casalonge de casa) nos revela muito sobre o nascimento do Ravi, bebê do casal. Aliás, ele veio após uma jornada emocionante pelo mundo!


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COMO ESCOLHER O TIPO DE PARTO? CESÁREA OU NORMAL?

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA. O QUE É E COMO EVITAR?


Durante a gravidez do Ravi Ana não cogitou em nenhum momento passar pela cesariana. Mas tiveram de recorrer à rede pública para o nascimento do bebê!

E os motivos são os descritos neste artigo: os hospitais mais pareciam hoteís , cobrando uma fortuna por todo o atendimento.

O que justificou muito bem a escolha do casal pela maternidade pública, no Rio de Janeiro. Lembrando que o parto aconteceu em novembro de 2019.

Confira como se deu esta escolha na íntegra neste vídeo:

O parto normal humanizado na rede pública (SUS)

Graças à Rede Cegonha, os cuidados e direito à atenção humanizada durante a gravidez, o parto, puerpério, e aos bebês são garantidos.

Claro que, este projeto só existe em instituições da rede pública. A rede particular vem avançando também. Entretanto parir de modo normal e humanizado tem sido inviável financeiramente.

Durante a gravidez, é comum a realização do plano de parto. A intenção é de que ele seja cumprido.

Entretanto, com todo o respeito, este plano terá uma finalidade maior em hospitais particulares, já que estes não têm normativas para regulamentar o atendimento humanizado.

Minha experiência

Certamente você já conhece o meu relato de parto normal humanizado que escrevi aqui no blog.

Eu lutei contra o sistema para parir de modo natural. Tudo aconteceu em 2014, e aquela época ou você buscava a rede pública (mesmo!) ou buscava por um médico apaixonado pelo atendimento humanizado.

Isso por que os hospitais e maternidades não eram preparados para este tipo de atendimento. Estas instituições estavam acostumadas com cesáreas agendadas ou parto normal com anestesia, em que a parturiente é obrigada e ficar deitada e tudo o que você imaginar de contrário á humanização.

De modo bem semelhante ao da Ana Barretto, eu fiz meu pré-natal na rede particular, com possibilidades de parir na rede pública! Este era meu plano B. Na época eu até fui visitar a maternidade referência de Goiânia.

A ideia era a de que caso o médico que não estivesse disponível, eu fosse atendida nesta outra que era pública. Acabou que isso não aconteceu. E Estêvão nasceu em uma maternidade particular.

MAIS DICAS SOBRE GESTAÇÃO, PARTO, PÓS-PARTO E AFINS?

Mas se você me perguntar se esta maternidade particular tinha estrutura para atendimento humanizado, te digo que não. Tudo que foi utilizado no parto (bolas e até uma cadeira para parto), foi disponibilizado pelo médico.

E se eu solicitasse anestesia ainda devia ir para o centro cirúrgico. Nada a ver né. A maternidade não tinha Centro de Parto Normal.

Quanto a humanização dos primeiros cuidados com o recém-nascido. Infelizmente, nada aconteceu a respeito. Ao contrário, foram realizadas aspiração, vitamina K e imagino que até o colírio nos olhos do meu filho!

Certamente a humanização ao recém-nascido teria acontecido se meu parto tivesse sido na rede pública. Presumo isso por conta da tal rede cegonha.

Minha indicação

Se você está gestante e não sabe onde buscar informações sobre como proceder ao escolher o parto hormal humanizado, indico você conhecer a história super verídica da Ana Barretto.

E não só por este fato, mas o vlog do Casalonge de casa é viciante e instigante por ser muito semelhante à sua rotina de vida e à minha também, se é que me entende!

Sem contar a qualidade da produção e gravação! Sinceramente, , a série parece um seriado daqueles qeu você assiste na NETFLIX! Assista e me conta depois o que achou!

Agora quero conhecer sua experiência em parto! Você teve parto normal na rede pública ou particular? Se está grávida, busca por qual tipo de parto?Vamos conversar nos comentários?

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Parto natural humanizado: nascimento do Estêvão

Parto natural humanizado

Eu sempre soube que quando estivesse grávida, meu filho seria concebido através de um parto natural humanizado! Tenho ovários policísticos e não foi fácil engravidar.

Eu estava sendo acompanhada pelo médico o qual havia realizado a indução de ovulação, e permaneci com ele até a 33° semana de gravidez.

Ele é um médico muito competente, mas algo me dizia (talvez o instinto de mãe) que ele não teria tempo hábil para me acompanhar em um verdadeiro parto natural humanizado.

Com isso eu agendei uma consulta com o dr. Luiz Carlos Pinheiro, aguardei um mês pela consulta! Mas valeu a espera!

MAIS SOBRE O ASSUNTO:

PARTO NATURAL HUMANIZADO: PORQUE ESCOLHER ESTE TIPO DE PARTO?

PARTO NORMAL HUMANIZADO NA REDE PÚBLICA OU PARTICULAR?

O preparatório

Eu estava participando de um preparatório para parto natural oferecido pelo meu plano de saúde. Apesar de não ser essencialmente humanizado, este preparatório me ajudou muito a passar pelo processo do parto.

Mas, mesmo assim, aprendi técnicas de respiração e outros meios naturais que amenizam a dor, como o uso da bola de pilates. A cada semana havia um testemunho de alguém que havia parido! Minha mãe me acompanhou em todas essas reuniões!

Eu só ficava imaginando como seria o meu momento, já que meu desejo mesmo era que meu esposo participasse do nascimento do meu filho ativamente, e ele não pôde comparecer a nenhuma dessas reuniões de preparatório para parto natural.

As influências

Assisti ao filme “o renascimento do parto” durante a gravidez e antes mesmo de engravidar, não perdia um capítulo do programa “um bebê por minuto”, transmitido pela discovery h&h!

Então eu já sabia o que esperar (em tese) do parto natural humanizado, já que meu desejo era parir sem anestesia, em uma banheira, ou no máximo na posição de cócoras, como eu assistia na TV. 

Lembro-me de combinar com a minha mãe que se eu pedisse anestesia, ela não devia autorizar! E ainda, mesmo com plano de saúde, fui visitar uma maternidade pública na minha cidade (Maternidade Dona Íris, referência em atendimento humanizado).

Assim,  caso meu médico estivesse fora da cidade ou impossibilitado de me atender, ela seria meu plano B! Não queria jamais passar por uma cesárea sem necessidade!

O que esperar

Já com aproximadamente 36 semanas, durante uma consulta, foi constatado que eu estava com 3 cm de dilatação! E eu não sentia nada, minha barriga era considerada baixa, mas aparentemente para mim ela sempre foi assim!

E o estranho para muitos é que eu estar com dilatação significava que o bebê podia nascer a qualquer momento!

Mas não era bem assim! Nesta consulta eu implorei para meu médico fornecer um atestado médico para eu não trabalhar, já que eu estava de 37 semanas e estar com dilatação sem entrar em trabalho de parto, significava que o parto estava próximo!

Alarmes falsos

Na semana que estava de folga, meu tampão saiu! Eu simplesmente assustei, ao levantar certo dia e sentir a cama, minha roupa, calcinha, tudo com muito, mas muito sangue! Eu achava que tampão mucoso era pouco sangue!

Pois bem, lá se vai eu e o marido para a maternidade de madrugada! Isso aconteceu duas vezes, e em uma delas, uma médica plantonista cogitou realizar a cesárea alegando que eu estava com placenta prévia (oi?!).

E o médico da ultrassonografia que ficou tirando onda para “tirar” o bebê porque ele já estavapronto” pra nascer!

Em casa tentei curtir semana de espera, montando e preparando os últimos detalhes do enxoval! Nesta semana eu faxinei a casa, tomei banho de banheira, andei muito (amo passear!) e não faltei um dia na hidroginástica!

Dizem que quando praticamos certos esforços o trabalho de parto pode adiantar. Mas isso não aconteceu!

E chegou a segunda e eu tive de retornar ao trabalho! Lembrando que fiz tudo que descrevi até aqui com 3 cm de dilatação! 

Fui trabalhar na segunda, iniciando a 38° semana de gravidez! Foi um dia tranquilo, até tirar fotos com os amigos do trabalho tirei! E ainda fui pra piscina no fim do dia, na hidroginástica!

O trabalho de parto

Cheguei em casa na segunda (dia 31/03/2014) e a vida seguiu normalmente. Eu havia baixado um aplicativo que conta as contrações, fornecendo o ritmo delas.

E ainda, havia conversado bastante com meu médico sobre isso. Tinha receio de entrar em TP (trabalho de parto) e simplesmente não saber!

Pois bem, pouco tempo após me deitar, comecei a sentir umas cólicas insistentes que não cessavam! Era meia-noite, quando sai da cama, deixei meu marido dormindo, e subitamente abri o aplicativo que faz a contagem das contrações.

Algo me dizia que daquela vez, não era alarme falso! Após comprovar com o aplicativo a regularidade das contrações, liguei para meu médico! Ele disse para eu ir para maternidade! Logo acordei meu marido, peguei as malas e seguimos pra lá!

As contrações

Fui medicada e o início do trabalho de parto foi comprovado! Eu e meu marido ficamos a madrugada toda do dia 01/04/2014 na maternidade: eu andando de um lado para outro, e ele dormindo no sofá da recepção! Lembro-me que a cada contração eu ficava paralisada e respirava profundamente!

Tentava dormir entre uma contração e outra, mas obviamente não conseguia! Caminhei infinitas vezes pelos corredores da maternidade, parando e respirando a cada contração!

E foi assim até às 6h da manhã, quando meu médico chegou na maternidade. Logo liguei para minha mãe, iniciamos o processo de internação, e enfim fomos melhor acomodados!

Fui medicada e eu estava 7 cm de dilatação, ou seja, eu havia dilatado 5 cm em 6 horas aproximadamente (eu já estava com 3 cm)!

Assim que entrei no apartamento fui para o banheiro, sentei em uma bola e liguei o chuveiro quente! Muita água caiu e confesso isso aliviou bastante as contrações, já que elas avançaram tanto que eu mal podia falar!

Meu corpo simplesmente estava tomando o controle da situação! A dor era imensa, mas eu tentei lembrar minha mãe do nosso combinado, sobre a anestesia!

O médico tinha dito para chamá-lo quando eu sentisse vontade de evacuar, acreditem, a dor no período expulsivo é semelhante!

O Parto Natural Humanizado

Chamamos o médico, e ele conduziu meu marido a sentar no sofá, e segurar minhas mãos, já que eu ficaria de cócoras (sentada em um banquinho próprio) e precisava de apoio para fazer o esforço necessário!  Eu segurei e fiz força segurando as mãos do meu marido.

É uma sensação indescritível! Lembro-me de querer falar durante o processo e simplesmente não conseguir, pois ao pensar em falar uma contração tomava conta de mim! E acreditem, é terrível ouvir perguntas neste momento sem ter como respondê-las!

Minha mãe fotografou todos os momentos. O período expulsivo foi bastante rápido! Logo que Estêvão nasceu, o médico o aparou em minha frente. Creio que devo ter feito uns quatro esforços até sair a cabecinha, e por último o corpinho do meu filho!

O nascimento

Assim que Estêvão nasceu, ele foi colocado em meu colo. Eu o vi chorando por um bom tempo, ainda conectado em mim pelo cordão umbilical! Sensação indescritível essa! Eu fiquei tão paralisada no momento!

Logo após isso, meu esposo cortou o cordão umbilical. Todos procedimentos rotineiros que são feitos em recém-nascidos foram feitos na minha frente (ainda questiono a humanização desses procedimentos)!

VOCÊ SABE O QUE É E SE SOFREU VIOLÊNCIA NO PARTO?

Lembro-me até hoje do cheirinho do Estêvão, um cheirinho tão gostoso, um chorinho que não sai da minha memória! E um trabalho de parto curto, que durou 7 horas, relativamente tranquilo (a maioria dura no mínimo 10 horas). Deus me abençoou, tive uma boa hora.

E posso dizer que consegui, como é bom essa sensação de empoderamento! Esta sensação é indescritível! A Jéssica Spioni fala muito sobre isso no curso para gestante online que mencionei no início deste artigo.

Este empoderamento nada mais é que um resgate, para que nós mulheres voltemos ao “posto” de autoras de nossos partos. 

E poder dizer que “eu consegui ter um parto natural humanizado” não tem preço. Ainda mais quem em um parto natural, a equipe médica é mediadora, porque quem pari é a mãe!

O inesperado

Estava tudo tão perfeito, tão melhor que o planejado, até que comecei a perder sangue demais! Sim, perdi tanto sangue que tive de tomar duas bolsas de sangue na maternidade.

E ainda ir para o centro cirúrgico para realizar um procedimento afim de averiguar o que estava acontecendo!

Parece uma contradição né! Eu não fui  furada nem para inserir anestesia e tive de ser para tomar sangue! Tive o parto no próprio apartamento, e de repente fui obrigada a ir ao centro cirúrgico! Ironias!

Tive início de anemia. Passamos duas noites na maternidade em decorrência deste imprevisto.

Bom, é isso! Espero que a situação inesperada que enfrentei não seja impedimento para as mamães que desejam ter um parto natural humanizado! Quero deixar claro que todas nós somos capazes de parir, a natureza é perfeita! Deus é perfeito!

Impedimentos naturais e físicos que limitem ou dificultam o parto natural podem acontecer. Todavia é importante estar bem amparada este momento, por um médico que pense como você parturiente, que esteja do seu lado!

Você teve uma experiência com parto humanizado? Conta pra mim nos comentários!

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A GESTAÇÃO Parto

Parto normal ou cesáreo? Quais as indicações de cada um?

Parto normal ou cesáreo?

Há dois modos de nascer: parto normal ou cesáreo (via cirurgia cesárea e via vaginal ). Entretanto, no Brasil a quantidade de cesáreas representa mais da metade dos partos realizados.

O que gera grandes questionamentos, já que na teoria, o parto cesáreo é indicado apenas em específicas circunstâncias. Mas como circunstâncias específicas representam mais da metade de TODOS os partos realizados no país?

A cirurgia cesariana é mais lucrativa para o médico-obstetra. No mesmo período que um obstetra acompanha uma parturiente em um parto normal ele realiza vários partos cesarianos. Sem contar que a cesárea é algo possível de se planejar (apesar de não ser o ideal).


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JÁ ESCOLHEU A CINTA PÓS-PARTO?


O que dizem os médicos

Há médicos que são verdadeiros adeptos da cesariana justamente por trabalharem em fins de semanas ou até mesmo feriados.

A cesárea agendada aumenta o índice de prematuridade do bebê, afetando o peso e ainda o pulmão que pode estar imaturo, o que vai obrigar o recém-nascido a ir para UTI.

Em contrapartida a esta realidade, ainda há mulheres que desejam por um parto normal. E importante encontrar desde o início do pré-natal um profissional apto para os dois tipos de parto e que ofereça um apoio genuíno em todas as decisões tomadas.

Atualmente, tem crescido muito a quantidade de profissionais que trabalhem a questão da humanização em seus pacientes. E isto tem feito grande diferença para as grávidas e também para os recém-nascidos.

A humanização nada mais é que respeito. Respeitar a vontade da gestante em achar a melhor posição para ter o bebê, ou ainda questionar processos rotineiros entre os médicos como o uso da episiotomia. Certamente, há casos em que ela é necessária.

Mas atualmente tem sido usada para TODAS as mulheres que tiveram parto normal! Isso já torna o procedimento questionável! Creio que a empatia, está fortemente ligada ao respeito.

E quando se trata de nascimento, independente da via de nascimento, esses dois itens devem estarem presentes no relacionamento entre a parturiente e o médico-obstetra.

A escolha é sua

Independente da via de parto escolhida, é imprescindível que a gestante esteja preparada tanto para o parto vaginal quanto para o cesáreo. Primeiro que, na hora “H” pode haver impedimentos para o parto normal, justificando uma cesariana.

O contrário, é raridade, já que a maioria das mulheres que optam por cesárea, são submetidas ao parto normal apenas na rede pública.

Atualmente há várias campanhas de incentivo ao parto normal, e este novo conceito de humanização nas maternidades públicas do país faz parte desta ideia.

Como foi o seu parto? Normal ou Cesáreo? Conte pra gente nos comentários!

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