Às amigas sem filhos
O post de hoje é um texto muito lindo, na verdade um agradecimento sincero dedicado às nossas amigas sem filhos, feito pela Talita Rodrigues, do blog Só melhora.
O site divide espaço com maternidade e assuntos de viagens, diy, scrapbook e poesias. Vale o clique! O texto a seguir me emocionou bastante, e quero dedicar à todas minhas amigas sem filhos.
Sabe que após ler o post da Talita, adquiri uma visão mais ampliada da amizade entre uma mãe que só sabe falar e respirar coisas relacionadas à maternidade e uma mulher que não está envolvida no meio materno, mas te enxerga com toda empatia do mundo, e aos poucos te faz lembrar que além de mãe, somos também mulheres!
Vamos ao texto
Queridas amigas sem filhos, muito obrigada!
Sei que depois que me tornei mãe, meu assunto preferido é a maternidade e o meu filho.
Tenho dedicado bem menos tempo às nossas conversas e a temas do interesse de vocês. Mas hoje resolvi escrever especialmente para minhas queridas amigas sem filhos.
Diferente das outras vezes, não quero escrever para dizer o quanto estou cansada e preciso dormir.
Também não quero falar sobre a cor do cocô do bebê ou da sua mais nova façanha. Hoje escrevo para minhas amigas sem filhos para agradecer.
Queridas amigas sem filhos, muito obrigada!
Obrigada pelo carinho que vocês têm com o meu filho.
Colocar a mesa com um lugar reservado especialmente para ele. Com o único copo de plástico que há na casa, muitas vezes comprado especialmente para essa ocasião.
Ou com o mesmo – e lindo! – jogo de jantar para ocasiões especiais, sem nem cogitar que uma criança poderia quebrar ou riscar as peças.
Trazer um mimo de presente para o pequeno quando nos encontramos. Preocupar-se em ser algo de que ele goste, pesquisando na loja o que está em alta para as crianças no momento.
Perguntar dele nos encontros em que ele não vai ou nas conversas ao telefone ou virtuais.
Amigas sem filhos nem precisavam se preocupar tanto com crianças! Afinal de contas, é uma realidade distante da vida de vocês.
Mas vocês tratam meu filho com tanto carinho que serei eternamente grata por essa empatia.
Obrigada por me inspirarem com suas vidas.
Por outro lado, quando minhas amigas sem filhos me contam da sua última viagem e todo o mundo que continuam descobrindo, eu também fico grata. Sim!
Eu me interesso pelo roteiro, pelos passeios, pelos restaurantes pelos planos da próxima viagem.
Eu adoro ouvi-las falar das conquistas profissionais, da nova carreira que estão dispostas a empreender, do último seminário de que participaram. Isso me inspira!
Isso me coloca em contato com a minha própria vida profissional que, muitas vezes, fica esquecida em segundo plano.
Minhas amigas sem filhos me lembram que a minha própria vida vai muito além da maternidade.
Lembram que eu também gosto de ser uma profissional competente, com novos desafios pela frente. Também agradeço por isso.
Obrigada por me fazerem sair da bolha.
Vocês, provavelmente, não devem ainda ter ouvido falar na bolha. Há a tal da bolha da maternidade.
Depois que nos tornamos mães, parece que a gente entra numa bolha e todo o nosso mundo se volta única e exclusivamente para o filho.
É difícil sair dessa bolha. Porque nosso cérebro, nosso fisiológico e nosso psicológico está fortemente ligado aquele serzinho que colocamos no mundo. Muitas vezes a gente se fecha nessa bolha, mesmo sem querer!
Amigas sem filhos me dão a oportunidade de sair da bolha! As conversas giram em torno de outros assuntos.
Podemos conversar tanto sobre política, economia e a necessária reforma tributária – o que me lembra que sou uma mulher inteligente e com senso crítico muito além da melhor marca de fraldas.
Quanto sobre seriados, casamentos iniciados e terminados ou aquele creme que faz milagres para a pele – o que me lembra que eu sou bonita, mulher e gosto de mim assim.
Faz bem sair da bolha de vez em quando. Agradeço imensamente minhas queridas amigas sem filhos por me arrancarem dessa bolha de vez em quando.
Obrigada por continuar a amizade.
Sei que muitas vezes sou monotemática e filhos não é exatamente um assunto do interesse de vocês.
Assim como receitas de papinhas, tipos diferentes de creme anti-assaduras e a dúvida eterna entre deixar com a babá ou no colégio em período integral.
Vocês poderiam ter deixado os caminhos diferentes que tomamos na vida nos afastarem. Seria algo até natural. Mas não. Vocês me deram o tempo que precisei para reencontrar meu lugar no mundo e sorriram.
Sorriram quando eu desabafei sobre as dores da maternidade. Sorriram quando eu esbravejei sobre a saudade da vida de antes.
Sorriram quando eu nem consegui falar, apenas chorei. Obrigada por me mostrarem que amizade é algo muito superior às escolhas que fazemos na vida.
Obrigada por importar-se com o importante.
Porque houve vezes em que meu filho fez xixi no jogo de lençol novinho que resolvesse estrear comigo. Porque um dia meu filho virou todo o suco de uva bem em cima do teu sofá comprado com muito suor.
Porque já aconteceu do meu filho derrubar o teu vaso de orquídea preferido.
E nenhuma dessas vezes eu vi raiva no teu rosto. Ao contrário, o que meus olhos envergonhados avistaram foi um semblante de compreensão. Porque todas essas coisas materiais passam, mas a amizade fica.
Porque o importante é aproveitar o momento e não ficar se preocupando com coisas que podem ser resolvidas. Obrigada, amiga, por mais essa!
Obrigada por pegar junto ou mais.
Minhas amigas sem filhos são tão especiais que posso contar com sua ajuda sempre. Elas entendem quando decido ir naquele jantar mesmo com o filhote febril (porque eu precisava sair um pouquinho da bolha).
E continuam a conversa mesmo permeada de choro de bebê, às vezes até revezando o colo comigo.
Elas pegam junto quando as chamo para jantar na minha casa, mas mal consigo preparar a refeição porque o pequeno exige atenção total naquela noite.
Já fui servida na minha própria casa por uma dessas amigas sem filhos e meu coração se enche de gratidão só de lembrar.
Algumas me ajudam a encontrar um determinado material que precisava para a tarefa da criança.
Outras vão atrás de um item que eu resolvi que queria na festinha do pequeno, mas não dei conta de achar sozinha.
Sem contar nas que ficam com o meu filho enquanto eu tomo um banho, mesmo sendo a primeira vez que pegam um bebê no colo.
Queridas amigas sem filhos, muito obrigada!
Com toda gratidão que transborda meu coração,
tua amiga com filho.
*o post foi originalmente publicado no neste link!
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Acho que entendesse bem o que quis passar com o texto! Obriga
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