Culpa de mãe. Até quando?
Ser mãe cansa. E não é preguiça. É cansaço mesmo. Mas a culpa de mãe aparece até quando estamos cansadas! Quem aí não consegue parar um pouco e descansar literalmente enquanto o filho curte os avós um pouco?
Parar, até paramos, mas a culpa nos controla e aí não descansamos mesmo! Veremos logo adiante algumas dicas de como lidar com a culpa materna, algo inerente à toda mãe e que, acredite, também pode ser benéfica!
Quem inventou a “boa mãe”
A psicóloga Cecília, disse para a revista Pais & Filhos que o modelo de “boa mãe” surgiu no século XIX e poucas mães conseguiram se livrar deste rótulo.
A “boa mãe” era a mulher equilibrista, que trabalha, vai à academia, cuida da casa, do marido e dos filhos. E essa “boa mãe” nunca se cansava e esta sempre disponível, não precisava de descanso ou ser cuidada.
Esta “boa mãe” nunca existiu. Na verdade, para ser uma boa mãe, basta você observar e escutar seu filho, aprender com ele o que fazer. Em resumo é isso.
Estar longe do filho, principalmente quando ele é um bebê, é uma das maiores culpas de mãe. E com certeza podemos afirmar que quem sofre mais com estes períodos de ausência é a mãe.
A criança acaba ganhando e muito ficando longe dos pais (da mãe), mas em contato com os avós, tios, familiares e ainda que seja em uma escola.
Esta ausência gera autonomia para a criança. Ela passa a ser mais independente em várias situações.
De onde ela vem
Você já observou que quando estamos perto dos nossos filhos, é comum evitar a sujeira no momento das refeições?
Ao menos aqui em casa foi assim! E na casa dos avós ou melhor ainda na escola (berçário) as crianças comem sozinhas e fazem bastante bagunça e ficam independentes em muito pouco tempo!
Conforme a criança cresce, vai se tornando cada vez mais difícil lidar com a culpa materna, até por que por razões óbvias elas aumentam. E chega um ponto que você precisa descansar.
E ironicamente, pode chegar ao ponto de sentir culpa disso! São tantos julgamentos, não é difícil entender a razão desta culpa.
Desde que meu filho nasceu até os 3 anos de idade aproximadamente eu evitava ao máximo ficar longe dele. E se ficava era muito pouco tempo, talvez o suficiente para eu ir para academia.
E recentemente passei a sentir necessidade de descansar. Sim descansar da agitação que meu filho me traz afim de recarregar mais energia para brincar com ele posteriormente! Não somos de ferro, precisamos assumir isso!
Como lidar com a culpa materna : 5 passos
Lidar com a culpa materna pode trazer reflexão e equilíbrio, desde que ela não te controle. É você quem deve controlá-la!
E é inerente a todas mães independente de idade, profissão ou até mesmo classe social. Vejamos as culpas maternas mais comuns:
1 – Eu não amamentei
Muita calma! Você fez realmente tudo que era possível para amamentar e ainda assim esgotaram-se as possibilidades? Respeite o seu período de luto pelo fim da amamentação e permita-se sentir esta tristeza.
Mas aceite que você fez tudo que estava ao seu alcance e siga em frente, não se deixe abalar pelas críticas. O leite materno é o melhor para o bebê, mas bebês alimentados com fórmula também se desenvolvem normalmente.
Eu viajei a trabalho quando Estêvão tinha 6 meses. Eu ainda o amamentava. Mas como minha viagem era com pernoite, ficamos separados por muito tempo.
Ele ficou com o pai. E quando voltei ele simplesmente não quis mais mamar. Foi triste no início, mas ao menos consegui cumprir minha missão por 6 meses, o que me acalma.
2- Usar desenhos como babá
Quem nunca colocou a galinha pintadinha no celular para o bebê assistir que atire a primeira pedra! Eu já fiz isso demais.
Tudo bem que você tenha ouvido a recomendação “oficial” dos especialistas que crianças menores de 2 anos não devem assistir tv ou videos em telas, mas esses desenhos controlam a vida do seu filho e a sua vida?
É inevitável ter de tomar banho, preparar o jantar e o bebê simplesmente desejar sua presença a qualquer custo. Nesta situação é necessário agir com equilíbrio para lidar com a culpa materna.
Conforme a criança vai crescendo os limites estabelecidos para o uso de telas deverão ser bem claros. Meu filho com 4 anos já está nesta fase.
Especialistas recomendam 2 blocos de 15 minutos por dia para crianças menores de 2 anos. Resumindo, em 30 minutos é possível fazer um jantar ou tomar banho!
3 – Deixar seu filho com alguém (ou na escola) enquanto trabalha
Vamos confessar que é complicado lidar com a culpa materna quando lembramos que a criança chora toda vez que é deixada na escola não é mesmo? Ainda mais quando se trata daquele retorno ao trabalho, fim de licença maternidade.
A dica aqui é fique longe de pessoas que discutem entre mães assuntos como as que ficam em casa e as que trabalham fora.
Esta questão não se resolverá nunca. Por experiência própria, quem está fora do mercado de trabalho quer entrar, e quem está dentro quer sair.
Foque nos pontos positivos da situação e reflita se você é feliz no trabalho, na profissão.
E precisamos considerar, se você está feliz no trabalho, você será feliz nas demais realizações da vida, como cuidar do seu filho nas horas disponíveis.
4 – Não cozinhar comida fresca para a criança todo os dias
Precisamos lembrar que “a boa mãe” mencionada anteriormente não existe. Aquela que consegue fazer exatamente tudo, no tempo e no momento que precisamos não existe e nunca existiu.
Permita-se comprar comida pronta se você tem condição para isso. Outra dica também é preparar a refeição em grande quantidade e congelar.
Atualmente há vários meios de comprar as papinhas dos bebês, desde no supermercado até as do tipo orgânicas.
Afim de amenizar a culpa, sempre que possível procure fazer escolher alimentos mais saudáveis durante as refeições.
Ao invés de comer hambúrguer de carne processada em uma rede de fast-food, você mesma pode fazer o hambúrguer (e congelá-lo) e fazer o sanduíche em casa. Ou ao invés de comprar comida pronta congelada no supermercado, ir ao um restaurante.
5 – Perder a paciência com o filho
Ninguém se sente bem ao gritar com os filhos. Perder a calma é a causa de culpa materna número um entre as mães, de acordo com a pesquisa de Pflock e Renner (mommy Guilt), publicado no site BabyCenter.
Quando isso acontecer aguarde um tempo, para acalmar os ânimos e tente verificar o seu comportamento. Analise se foi uma exceção.
Se você geralmente mantém a calma com seu filho, não se culpe e considere como um oportunidade de aprendizado para ambos.
Em algumas circunstâncias vale desculpar-se com seu filho, reconhecendo o erro e mostrar qual teria sido a melhor solução.
Perder a calma com seu filho será problema quando se torna um hábito. Desta forma, considere tomar medidas para controlar sua raiva e estresse.
Chegou até aqui? Diga pra mim qual foi sua maior culpa de mãe? E como lida com ela? Conte nos comentários! Te aguardo!
Minha maior culpa foi precisar trabalhar e não ver o desenvolvimento do Luiz Miguel. Mas já com a Laura tenho esse privilégio. E está sendo ótimo.
O momento que eu senti mais culpa, foi quando voltei a trabalhar após a licença maternidade. Sofri muitooo! Mas as suas dicas são ótimas. Adorei 🙂